quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Copérnico, a Terra e nós portugueses

Odete Santos, perorando sobre o actual enterro do polaco Copérnico e a Terra «sempre em frente» no Portugal no Coração disse, que Copérnico «depois de queimado pela Inquisição» vai agora ser enterrado. Odete Santos enganou-se. Neste período de transição entre a astrologia e a astronomia/astrofísica, quem foi queimado pela Santa Inquisição em 17Fevereiro de 1600 foi Giodarno Bruno pelas suas previsões especulativas. Nascera em 1548. Copérnico, (1473-1543), prudentemente disse que o De Revolunicionibus só deveria ser publicado pós-morte e morreu sossegado. Galileu (1564-1642), quando descobriu com o seu telescópio as montanhas na Lua, também perturbou o universo de equilíbrios universais geométricos e perfeitos. Foi preso, terá abjurado da sua teoria heliocêntrica, mas disse que «apesar de tudo, ela se mexia». Quem deu cabo deste perfeito e geométrico equilíbrio universal foi Képler (1571-1630), que o demonstrou física e matematicamente (séc. XVII). A Santa Inquisição em Portugal impediu-nos de entrar na revolução científica seiscentista, na aferição matemática do real e por isso estamos onde estamos: na terra do mais ou menos, da cunha, da influência e do desenrasca. Não mudámos de paradigma, até hoje.

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