segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Morrer a trabalhar ou trabalhar até morrer?

Na construção do túnel de Andorra morreram soterrados na derrocada de uma plataforma 4/5 cinco operários portugueses e outros tantos ficaram feridos. A empresa-mãe da construção é a Dragados, que sub-contrata a outros para não ter custos de trabalho fixos e vamos por aí abaixo nas contratações até chegarmos ao senhor António Matias, empresário de construção civil e contratador de mão-de-obra para Andorra lá por aquelas terras nortenhas onde há desemprego... Noto, que a nossa Comunicação Social, sobretudo a televisiva, tem vindo, muito a medo, e a pouco e pouco, a denunciar as condições de trabalho dos nossos operários de construção civil em Espanha ou Andorra e isto é porque aconteceu o que aconteceu. Esta Comunicação Social dos jornalistas portugueses diz quantos operários portugueses morrem nas estradas de Espanha para Portugal nas carrinhas que os transportam para as suas terras ou aldeias. Esta Comunicação Social comunica e informa, mas é incapaz de investigar as razões das mortes nas estradas destes operários da construção civil: será pelo sono provocado pelo excesso de trabalho para ganharem o mesmo que os espanhóis ganham em oito horas de trabalho? «Um gajo tem de trabalhar onde há trabalho» disse um operário quando entrevistado, mesmo que nesse trabalho tenha de morrer, acrescento eu...
Os norte-africanos e africanos que procuram trabalho na Europa também morrem pelas ilhas mediterrânicas da Itália na procura de trabalho...
Esta Comunicação Social parece uma caneta suja que sistematicamente ignora as declarações e denúncias do presidente do Sindicato da Construção Civil do Norte.
Quando será que o Prós e Contras dedicará um tempinho a esta temática para que «eles» não morram em silêncio a trabalhar, já que o seu fado é trabalhar até morrer?

1 comentário:

Alda disse...

Impressionante é o medo que demonstram estes trabalhadores.Como é que pode haver segurança quando surge um desastre destes? O medo cala-os! Até quando?