domingo, 8 de novembro de 2009

A criação de valor acrescentado na agricultura

Vejo no Portugal em Directo, de Dina Aguiar, a colecta da castanha por terras de Trás-os-Montes. Sei que o negócio pode valer, em bons anos, cerca de 14 milhões €, que há uma grande exportação para o Brasil, mas que esta castanha poderia valer muito mais, se houvesse a sua transformação industrial. O mesmo se passa com a amêndoa. Quanto à castanha, há castanha descascada/congelada nos centros comerciais, assim como há amêndoa com casca e sem casca ou torrada... Mas não há creme de castanha, nem de amêndoa, feito em Portugal. Em Espanha há creme de amêndoa... O mesmo se passa na colecta de cogumelos e bem vejo a sua celebração gastronómica nas regiões transmontanas, mas são exportados em bruto para Espanha. Não há agro-indústria na região transmontana e o complexo do Cachão faliu há muito tempo. Será Portugal na agricultura apenas um país recolector e incapaz de criar valor acrescentado nos seus produtos agrícolas? Se passarmos para o Algarve temos o barrocal/serra quase desértico, mas que ainda tem uma colecta significativa de alfarroba e uma velha promessa de repovoamento de medronheiro... A alfarroba algarvia é quase toda exportada em bruto, com excepção de uma pequena industrialização farmacológica feita em Faro.... E pensando neste panorama da nossa agricultura, Portugal é hoje um país de recolectores e de pequena subsistência, que até aguenta o desemprego e a parca reforma com couves, feijões e nabos e colecta de cogumelos...Os grandes agricultores têm sido pagos para não produzir... E o PRODER vai ser aplicado em que regiões e produções?...

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda gostava de ver gente séria a discutir a agricultura em Portugal... Iríamos, certamente, ficar espantados com certas "manobras" que por aí se passam...