Saramago, a polémica e a publicação da Bíblia em português
Esta polémica avivou-me a memória histórica. Sabia que os humanistas e os seus conhecimentos de latim, grego e hebraico tinham levado à tradução da bíblia para alemão e outras línguas vernáculas. Erasmo, Lutero... Séc. XVI e as edições críticas... E para a língua portuguesa, foi feita por quem e em que data, perguntei-me? Fui à Net e encontrei um excelente texto/Guião de António Eugénio Maia do Amaral, a propósito da exposição «A evolução da Bíblia», da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra(s/d), que resumo: «A primeira tradução para língua portuguesa (feita a partir das línguas originais) é tardia, foi feita por João Ferreira Annes d’Almeida (1625-1691) e publicada em Amesterdão (1681), e em Batávia, em 1748 e 1753 (Antigo Testamento), terminada já após a sua morte (1691) por OP den Akker. Baseada no texto grego a versão de Almeida discorda quase sempre da «Vulgata». Tanto bastava para que o tribunal da Inquisição, não tendo podido queimá-lo vivo, o tivesse queimado em estátua, em Goa. (...) A segunda tradução do Antigo e Novo Testamento (...), baseia-se na Vulgata e consumiu 18 anos ao Padre António Pereira de Figueiredo (1725-1797). Esta tradução só foi possível graças ao enfraquecimento da Inquisição em Portugal no séc. XVIII. A versão em sete volumes (Ed. Nova), que é considerada padrão, foi publicada entre 1794 e 1819 e veio a ser condensada em 1821.»
Neste texto surgem duas referências à Santa Inquisição. A tradução da Bíblia foi feita em Batávia/Jacarta por um missionário calvinista, queimado em estátua, em Goa, e em Portugal a tradução da «Vulgata», feita pelo padre Pereira de Figueiredo, só foi possível em tempos do Marquês de Pombal, porque, em tempos de Dom João V, os senhores Carreira das Neves, Tolentino Mendonça, Herculano Alves, Anselmo Alves e o blasfemo Saramago, exegetas da Bíblia, já estavam todos a assar em São Domingos perante o gáudio da Corte a comer chocolate nas bancadas dos palácios e o gáudio boçal dos populares. Lembram-se de Damião de Góis? E assim se mudam os tempos, arrastando a vontade dos homens...
Esta polémica avivou-me a memória histórica. Sabia que os humanistas e os seus conhecimentos de latim, grego e hebraico tinham levado à tradução da bíblia para alemão e outras línguas vernáculas. Erasmo, Lutero... Séc. XVI e as edições críticas... E para a língua portuguesa, foi feita por quem e em que data, perguntei-me? Fui à Net e encontrei um excelente texto/Guião de António Eugénio Maia do Amaral, a propósito da exposição «A evolução da Bíblia», da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra(s/d), que resumo: «A primeira tradução para língua portuguesa (feita a partir das línguas originais) é tardia, foi feita por João Ferreira Annes d’Almeida (1625-1691) e publicada em Amesterdão (1681), e em Batávia, em 1748 e 1753 (Antigo Testamento), terminada já após a sua morte (1691) por OP den Akker. Baseada no texto grego a versão de Almeida discorda quase sempre da «Vulgata». Tanto bastava para que o tribunal da Inquisição, não tendo podido queimá-lo vivo, o tivesse queimado em estátua, em Goa. (...) A segunda tradução do Antigo e Novo Testamento (...), baseia-se na Vulgata e consumiu 18 anos ao Padre António Pereira de Figueiredo (1725-1797). Esta tradução só foi possível graças ao enfraquecimento da Inquisição em Portugal no séc. XVIII. A versão em sete volumes (Ed. Nova), que é considerada padrão, foi publicada entre 1794 e 1819 e veio a ser condensada em 1821.»
Neste texto surgem duas referências à Santa Inquisição. A tradução da Bíblia foi feita em Batávia/Jacarta por um missionário calvinista, queimado em estátua, em Goa, e em Portugal a tradução da «Vulgata», feita pelo padre Pereira de Figueiredo, só foi possível em tempos do Marquês de Pombal, porque, em tempos de Dom João V, os senhores Carreira das Neves, Tolentino Mendonça, Herculano Alves, Anselmo Alves e o blasfemo Saramago, exegetas da Bíblia, já estavam todos a assar em São Domingos perante o gáudio da Corte a comer chocolate nas bancadas dos palácios e o gáudio boçal dos populares. Lembram-se de Damião de Góis? E assim se mudam os tempos, arrastando a vontade dos homens...
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