quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O Colégio Militar. Até que enfim!

O ministro Mariano Gago afirmou que certas práticas de iniciação/integração nas universidades são fascistóides. Durante este debate e denúncias escrevi que o que se passava nas instituições de educação militares, Colégio Militar e Pupilos do Exército teria de ser investigado e denunciado nos seus rituais de passagem e aceitação dos «ratas». A este alerta ninguém disse nada porque hoje na nossa Comunicação Social não há jornalismo de investigação sobre o funcionamento das instituições do Estado, apenas há o jornalismo da fofoquice. Na sociedade portuguesa permanecem silêncios e medos seculares e reverências perante instituições que se consideram pilares da formação moral e cívica da nossa sociedade. Assim aconteceu com a Casa Pia ...
Quanto ao Colégio Militar foi preciso que um ou dois casais denunciassem as sevícias praticadas por graduados sobre os seus filhos, ainda crianças, ao advogado Garcia Pereira para que estes cobardes agressores fossem constituídos arguidos. Os graduados-agressores foram condenados a cinco dias de suspensão pela direcção do Colégio, enquanto as crianças agredidas foram parar ao hospital a esvair-se em sangue.
O programa/debate/intervenção dos cidadãos na SICNOT de 21OUT, tem de ser bem ouvido pelas nossas instituições judiciais e os testemunhos orais prestados têm de ser recolhidos. Oxalá, António Avelar Pinho, ex-aluno, Teresa Fernandes, advogada, e outros, ponham a boca no trombone e denunciem o que eventualmente se passava no Colégio Militar durante as noites dos graduados vigilantes, que vigiavam «as ratas»...
Nunca mais me esqueço do testemunho de uma pessoa que ouvi na SIC durante um debate/inquérito, feito há alguns anos, e a propósito da Casa Pia: «Eu fiquei espantado por quem me estava a dar a hóstia em Belém. Tinha dormido com ele na noite anterior.» O seu depoimento foi repetido na SIC, mas depois desapareceu. São as brumas da minha memória...

1 comentário:

Alda disse...

Neste momento não há jornalismo de investigação porque, infelizmente, a comunicação social está nas mãos dos grandes empresários e não se podem zangar com os governantes. E os subsídios?
De certa forma faz-nos lembrar "o tempo da outra senhora ... "