domingo, 21 de dezembro de 2008

Os sindicalistas

Leio no SMS do DN uma acusação a Mário Nogueira dirigente da FENPROF: «Em que escalão remuneratório na carreira está o professor Mário Nogueira, considerando que não dá aulas há vinte anos», pergunta e acusa o senhor Rodolfo Costa, de Santarém. Esta pergunta acaba por convergir com o comentário/crónica de Rui Hortelão, director-adjunto do Diário de Notícias: «onde esteve Nogueira estes anos em que os sindicalistas foram promovidos automaticamente, alguns sem sequer dar aulas, enquanto outros tinham todos os dias de leccionar». Para já, o senhor pretende dividir os professores entre os seus representantes sindicais e os professores que estão a dar aulas? Todos sabemos que houve abusos, mas não vá por aí, que não vai bem, senhor Hortelão, e porque todos nós sabemos que quando a coisa vai mal há que apelar ao Sindicato...
Do tempo de trabalho
Sabe o senhor jornalista Rui Hortelão que os professores andam sempre à procura dos pais para que assistam às reuniões de turma e que os pais só comparecem em casos extremos? Sabe o senhor que o patronato e a função pública não dispensa os pais para estas reuniões, muito embora o disposto na lei? Quantas centenas de milhar de trabalhadores acumulam dois empregos para ganharem a vidinha? O que tem isto a ver com isto? Se os sindicalistas não tiverem tempo disponível de trabalho como poderão defender os interesses dos trabalhadores da sua classe?
Escreve no seu texto o senhor Hortelão: «mas há muito que se percebeu que os mais radicais eram os sindicalistas e os professores que fizeram carreira apenas à conta do passar dos anos, ou seja promovidos automaticamente, livres de qualquer aferição séria. Esta semana percebeu-se ainda melhor a dispensa dos docentes à beira da reforma e dos que não pretendem fazer carreira acalmou os ânimos». Quer este senhor dizer, que os malandros que fomentavam as greves eram os professores que se vão reformar e nunca foram avaliados? Se assim foi, como surgiram os professores titulares e avaliadores actuais? Não sabe o senhor Hortelão que professores titulares e avaliadores actuais e muitos outros se querem ir embora até com penalizações na sua reforma?
Acrescenta no seu texto que os aumentos salariais «entre os 40% e os 46% nos suplementos dos directores escolares;» acalmaram ainda mais os impulsos reivindicativos. A Milú ou o Pedreira não escreveriam melhor. Destes escribas gosto eu. Reformados os malandros e comprados os directores escolares virá aí a acalmia nas escolas, mas ainda sobram cerca de 300 sindicalistas... Foi este texto aqui resumido e comentado, mas pode ser lido na íntegra no DN de 20DEZ pág.8. «A SEMANA POR... RUI HORTELÃO director adjunto do DN... O CONFLITO... Será desta que a paz volta às escolas?»
Proposta para a FENPROF: publique-se o «curriculum vitae» dos vossos dirigentes sindicais para se acabar com esta demagogia populista.

Sem comentários: