Aos costumes disse nada

O debate sobre o estado da Nação ocorreu na 5.ª feira pp, dia 10JUL. Como de costume Sócrates não respondeu concretamente às perguntas, antes invectivou os opositores: a Louçã chamou malcriado, mais ou menos um moralista padreca, Jerónimo de Sousa é um sectário que não adere à esquerda moderna, Paulo Portas é o «Paulinho das feiras», um demagógico e o PSD é o do «antigamente»... Com estes epítetos e catilinárias gasta o seu tempo de intervenção parlamentar e a quase nada responde. Trata-se de uma falta de respeito perante os parlamentares.
A recente intervenção de Vítor Constâncio, governador do BdP, ao mostrar o estado catastrófico da nossa economia, só agrava este desrespeito pela Assembleia da República. Que estado da Nação debateram os deputados? Sócrates passou uma rasteira vergonhosa aos deputados, à Comunicação Social e aos cidadãos com a conivência partidária de Constâncio. Para estes dois senhores a ética política não existe, apenas o oportunismo político mascarado de competência e eficácia. Na reabertura da Assembleia da República, Sócrates vai dizer e chamar o quê a quem?