quarta-feira, 6 de junho de 2007

No País dos Gatos Sem Botas

Nos meus poucos conturbados anos que vivi como jornalista profissional nunca pensaria vir a assistir a um espectáculo tão indecoroso e degradante desta profissão como aquele a que assisti durante a conferência de Imprensa de Carvalho da Silva sobre o balanço da greve geral. Atiraram-se-lhe como «gato a bofe». «Afinal quem faz o balanço da greve? É a CGTP ou são os senhores?». O que andaram por aqui a fazer os grandes jornalistas como Mário Mesquita, Baptista-Bastos (o B. B), Adelino Gomes e outros mais pequenos como eu? A criar gatinhos esfaimados que se esgatanham para mamar na melhor teta da mãe gatona ....
Leio que Alfredo Maia, presidente do Sindicato dos Jornalistas, em reunião com a Entidade Reguladora da Comunicação Social se recusou a divulgar os nomes de jornalistas de carreira, já despedidos, com medo de que não obtivessem mais emprego! Sobre o medo que se vive nas redacções disse Alfredo Maia a Luís Campos Ferreira, presidente da subcomissão parlamentar dos direitos fundamentais e comunicação social, «que tudo o que envolva publicitar nomes de pessoas deve ser feito de forma reservada» ( Lusa,29.05.2007).
Come-se o bofe, mas não se morde no bife.
No fascismo de Salazar havia uma coisa clara: o carimbo da Censura.

2 comentários:

Anónimo disse...

É assim. Os gatos escondidos deitam as orelhas de fora...E aparecem-nos descalços.

Anónimo disse...

Estamos, outra vez, como eatávamos antes: crianças. Sem saber pensar, sem sentido crítico, tudo básico, pela rama, sem estética, sem beleza. Perdemos, de novo, todas as oportunidades de crescer. Não fazemos mais nada senão perder oportunidades. Os jornalistas não são excepção - fazem perguntas de putos; os juizes, também não: julgam pelos preconceitos; os professores, os políticos, os médicos (os dos 19...)? Claro que sim, porque é que haviam de ser diferentes? Fecha-se a roda, lá vamos todos de mão dada à volta das auto-censuras, dos medos, dos mariquinhas-pé-de-salsa que nos denunciam (bufos, quero eu dizer), e etc. por aí fora numa edição revista e aumentada. Foda-se!