Viva a pobreza
«Os mais pobres não se
manifestam», disse Paulo Portas. Tem razão.
Durante a Idade Média os pobres,
porque não trabalhavam e consumiam poucas calorias, podiam comer pouco, abaixo
das calorias necessárias a quem trabalhava. Durante as crises medievais e
modernas, os pobres comiam folhas e raízes de árvores e arbustos, engrossavam
procissões e peregrinações, viviam das misericórdias de Deus e dos bodos
comunitários...
Nas classes médias está a
afirmação das democracias, desde o séc. XVIII.
O que pretende Portas e o seu
governo? Aproximar alguns estratos sociais das classes médias da pobreza. Comer
ervas e raízes já não pode ser. Mas bifes também não, diz a Jolie.
E assim sendo, aumenta a
inanidade social, a dependência da assistência social de muitos estratos
sociais das classes médias. O projecto político deste governo é empobrecer os
portugueses, diminuir-lhes a consciência social colectiva e crítica... E com
portugueses cada vez mais pobres, não haverá manifestações.
Os mais pobres historicamente
nunca se puderam afirmar, sempre foram margem de manobra dos dominantes.
Viva o grande chefe Portas.
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