sexta-feira, 7 de junho de 2013


O Estado a que chegámos
 
 Passos Coelho queria um governo mínimo de 10 ministérios e 25 secretários de Estado, mas já tem catorze. «Não quero uma administração paralela», disse. Hoje, o seu gabinete tem 10 adjuntos, 17 assessores, 11 secretários/as e 15 motoristas. O recém-chegado Poiares Maduro, ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional meteu no gabinete 13 pessoas e os quatro secretários de Estado mais 30, entre os quais 10 secretários pessoais e 12 motoristas. Estes 43 recrutamentos custarão cerca de 100 mil €/mês.
O ministro da Economia quer fazer um despacho que reduza o número de carros e motoristas aos administradores e directores das empresas e institutos públicos, proposta que teve o acordo de Marques Guedes, ministro da Presidência e Assuntos Parlamentares, porque «o esforço de redução da despesa pública é transversal e extensível a outros ministérios». Todas estas nomeações estarão de acordo com a lei, mas no portal do governo falta informação sobre despesas de representação.
De acordo com o DN, este governo nomeou 4463 pessoas, 1027 para gabinetes ministeriais, 1819 para comissões e grupos de trabalho, 1617 para cargos dirigentes da administração  pública. Qual será a dotação orçamental para todos estes funcionários? 1.500 milhões €?
Destas nomeações saliento 1617 pessoas para cargos dirigentes na administração pública enquanto se introduz o despedimento no funcionalismo público o que implica instabilidade na função de serviço de Estado e a consequente subserviência perante o nomeado pelo governo e porta aberta à corrupção.
Entre fins de 2011 e Março de 2012 saíram da função pública 30548 pessoas (DN), a maioria por reformas antecipadas, o mesmo que o governo quer cortar até 2014.
Trata-se apenas de destruir as funções públicas do Estado, como desde o início o indiciou o fecho da Escola Superior de Administração Pública.

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