Um primeiro-ministro assim-assim ou
assado
Em Cabo Verde, quatro dias
depois, um primeiro-ministro acossado, entendeu esclarecer os portugueses sobre
a possível taxação do ensino secundário, disse ter sido mal interpretado e acrescentou
que neste nível de ensino as famílias já pagavam uma taxa de esforço, um
financiamento directo do ensino. Senhor primeiro ministro, isto quer dizer o
quê? Que se podia aumentar a taxa de esforço das famílias, a tal margem de liberdade
disponível na educação, que não na saúde? Claro que há uma taxa de esforço das
famílias na compra dos manuais, nos materiais, nas refeições, transportes e
ocupação dos tempos livres. A Acção Social Escolar (ASE)
só isenta destes encargos os casais que acumulem dois rendimentos mínimos (240€),
o escalão A, mas estas famílias recebem 33€ para comprar os manuais do 4.º ano,
que custam cerca de 60€. Um casal com 1.150 €/mês e um filho paga tudo e, se
trabalhar, também paga a uma instituição privada a ocupação dos tempos livres
(IPSS/ATL). Será esta a taxa de
esforço a que se referia Passos Coelho? Ou eram os 45 ctms/5€ da matrícula? As
famílias ainda aguentam mais? Nuno Crato respondeu que no ensino obrigatório
nada há a pagar.
O
ensino obrigatório vai até ao 12.º ano. Neste ano lectivo os alunos do 10.ºano
entraram no ensino obrigatório e nada pagaram na matrícula. Diz o
primeiro-ministro que o governo está a estudar um financiamento mais repartido
socialmente, mas que o ensino obrigatório é gratuito. Uma confusão.
Este primeiro-ministro é um
político do mais ou menos, assim-assim ou assado. Que assim seja.
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