sexta-feira, 16 de março de 2012

Há mar e mar
Tanto mar

Leio no DN que os pescadores de Setúbal e Sesimbra não têm um trem de atracagem para traineiras com comprimento superior a vinte metros.
A Docapesca em Pedrouços fechou em 2003 para que Lisboa/Tejo recebesse a regata Taça América, o que nunca aconteceu.
Responsáveis políticos pela decisão não houve, como de costume.
Em 2012, ainda não se sabe em que margem do Tejo se há-de instalar um complexo de apoio industrial e comercial às pescas.
Também não se sabe a quem atribuir a chefia da patrulha costeira.
A Polícia Marítima depende da Armada ou do ministro da Defesa?
E há quanto tempo está para ser instalado o sistema de radares para vigiar a nossa costa? Do Algarve ao Minho as fronteiras marítimas são vigiadas a olho: alguns olhos de binóculos e dois de periscópios.
E os patrulheiros a construir para a marinha de guerra pelos estaleiros de Viana, em falência?
Portugal é um país aberto ao contrabando, à limpeza costeira de tanques dos navios...
Mas será assim tão difícil instalar um complexo industrial e comercial de apoio às pescas?
E coordenar/instalar uma vigilância costeira eficaz?
Esta incapacidade de tomar decisões e viver na confusão é estrutural e de longa duração na sociedade portuguesa. O nosso escol dominante e dirigente não adoptou nem interiorizou a matematização do real, a mudança de paradigma que foi feita no Norte da Europa no século XVII.
Graças à Santa Inquisição a sociedade portuguesa permaneceu no mais ou menos medieval. Trata-se de uma estrutura mental de muito longa duração como se comprova nos inícios do século XXI.

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