A China, o farol e o mandarim

Escreve H. Monteiro no Expresso que a China será a breve prazo o farol do Mundo e que se não houver democratização na República Popular da China (RPC) estará o Ocidente, UE/EUA endividado a um mandarim de alta tecnologia, mas com baixa considerável dos direitos sociais do ser humano.
Meu caro H. Monteiro, o que a RPC não será é um farol do mundo, muito menos do Ocidente, e o que a RPC não tem, é alta tecnologia. Vai andando devagarinho na tecnologia naval e espacial… O que a RPC tem é mão-de-obra de trabalho intensiva nas minas de carvão, no têxtil, na cópia de tecnologias ocidentais e na abertura de fronteiras permitidas pelo Ocidente, mas a globalização origina o crescimento económico dos povos subdesenvolvidos, como disse Marx.. O que aconteceu com a Revolução Industrial na Inglaterra do séc. XVIII? O seu crescimento económico aconteceu respeitando os direitos humanos? Há que promover estudos universitários comparativos quanto ao crescimento/desenvolvimento económico e implantação das democracias. A URSS, grande espaço de Poder centralizado, como tinha de o ser, não resistiu ao aumento da cultura, educação e consciência crítica dos seus povos e cidadãos. Convinha ler Montesquieu e obras sobre a Revolução Industrial. Quanto à RPC, democracia participativa e afirmação dos direitos sociais haveremos de lá chegar a seu tempo, muito tempo...