segunda-feira, 22 de março de 2010

O Mensageiro da Estrelas no «Reino da Estupidez»

Leio uma reportagem/recensão crítica de Ana Machado no Público do livrinho Siderius Nuncius de Galileu, traduzido por Henrique Leitão, com o título, O Mensageiro das Estrelas. Portugal esperou 400 anos para o ler em vernáculo e quantos anos passaram para que fosse institucionalizada /divulgada em Portugal. a teoria heliocêntrica? Em subtítulo escreve Ana Machado:«São apenas 60 páginas, mas mudaram o modo de encarar o Universo e o lugar do Homem no séc. XVII». Qualquer manual de História o escreve, mas esta é a pergunta fundamental. Na Itália e na Europa, no século XVII, foram as Academias as receptoras e divulgadoras deste conhecimento de novo tipo, financiadas por mecenas ou cidadãos (Reino Unido). Assim se foi ultrapassando e impondo um novo paradigma do conhecimento, de aferição científica do real em vez do mais menos medieval. A Santa Inquisição impediu-nos o salto que estávamos a dar com os Descobrimentos, mas a teoria heliocêntrica não era necessária para navegarmos com certidão.... Ficámos a cortar porcos e carneiros para conhecer o corpo humano (Verney) até a um século XVIII bem entrado e no sistema ptolomaico . No Reino da Estupidez. A Academia Real das Ciências, de 1779, é de iniciativa régia e nas classes de Matemática nada se publicou de relevo. O marquês de Pombal não só perseguiu os Jesuítas, mas também a Congregação do Oratório na qual se distinguiu o P.e Teodoro de Almeida, exilado para França, que observou os trânsitos de Vénus. Não temos grupos sociais inovadores, temos uma burguesia culturalmente fraca e dependente do Estado, como, por exemplo, os contratadores do Estado. E isto é social e economicamente estrutural.
Nuno Crato, Henrique Leitão e outros historiadores da Ciência:
- Quanto à recepção da teoria heliocêntrica o que se passou afinal neste nosso Portugal? E a mudança de paradigma?

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