sexta-feira, 7 de setembro de 2007

A difícil condição dos jovens em Portugal

Leio a carta de Ana Gonçalves, Arrentela-Seixal, Público 6SET07. «A precariedade é uma espécie de fatalidade incontornável na vida da esmagadora maioria dos jovens.»
No âmbito das minhas restritas relações sociais conheço jovens da TAP/Ground Force com contratos de trabalho de quatro meses e meio. Nem sequer chegam aos seis meses para se inscreverem no Centro de Emprego com direito ao subsídio de desemprego. Conheço jovens/adultos com vários cursos especializados em soldadura industrial, que são pura e simplesmente usados durante alguns meses. Conheço outros nas artes gráficas. São apenas pastilha elástica. Ganham quatrocentos a quinhentos euros por mês, durante alguns meses, enquanto não vêm outros. Na administração pública, em nome da contenção orçamental, os contratos dos jovens não são renovados quando os funcionários têm de passar a efectivos.
O consumo interno também conta para o crescimento económico, para o nível de vida e taxas de natalidade positivas de reprodução bruta. Sem estabilidade profissional os nossos jovens consomem o que têm de consumir durante a noite e não lhes venham falar em taxas de natalidade que pressupõem encargos fixos perante uma vida volátil. Os capitalistas pensam o mesmo quanto ao lucro.

Sem comentários: