José Sócrates
«O senhor primeiro-ministro é o primeiro-ministro de Portugal»
Foi assim que a senhora Directora Regional de Educação do Norte, de seu nome Margarida Moreira, despachou para o professor Fernando Charrua, com vinte anos de serviço na DREN, um processo disciplinar e decretou a sua suspensão devido a um comentário jocoso feito em particular por este professor a propósito da engenharia de Sócrates. Este professor, por isto e aquilo, já não está suspenso. Mas são falhas do regime. O ministério da Administração Interna tem de obrigar os funcionários públicos a assinar uma declaração, mais ou menos, do seguinte teor: «Declaro que não sou anti-socrático, sou e serei sempre defensor das competências académicas do nosso primeiro e que sempre estarei ao serviço deste governo, não compartilhando qualquer dúvida, por mais socrática que seja, sobre o nosso senhor primeiro-ministro, que é o primeiro-ministro de Portugal.»
Sobre este episódio diria que este governo está a procurar instalar a delação no seio da administração pública e do nosso povo. Vem aí a lei do fumo... Tem a bufaria e a sabujice, tradição estrutural em Portugal. Vem desde os familiares da Inquisição, visitas paroquiais, Pina Manique, formigas e informadores da PIDE ... Em todo este processo persecutório do professor Fernando Charrua só fico admirado com a inépcia comunicacional via/NET dos sindicatos dos professores.
«O senhor primeiro-ministro é o primeiro-ministro de Portugal»
Foi assim que a senhora Directora Regional de Educação do Norte, de seu nome Margarida Moreira, despachou para o professor Fernando Charrua, com vinte anos de serviço na DREN, um processo disciplinar e decretou a sua suspensão devido a um comentário jocoso feito em particular por este professor a propósito da engenharia de Sócrates. Este professor, por isto e aquilo, já não está suspenso. Mas são falhas do regime. O ministério da Administração Interna tem de obrigar os funcionários públicos a assinar uma declaração, mais ou menos, do seguinte teor: «Declaro que não sou anti-socrático, sou e serei sempre defensor das competências académicas do nosso primeiro e que sempre estarei ao serviço deste governo, não compartilhando qualquer dúvida, por mais socrática que seja, sobre o nosso senhor primeiro-ministro, que é o primeiro-ministro de Portugal.»
Sobre este episódio diria que este governo está a procurar instalar a delação no seio da administração pública e do nosso povo. Vem aí a lei do fumo... Tem a bufaria e a sabujice, tradição estrutural em Portugal. Vem desde os familiares da Inquisição, visitas paroquiais, Pina Manique, formigas e informadores da PIDE ... Em todo este processo persecutório do professor Fernando Charrua só fico admirado com a inépcia comunicacional via/NET dos sindicatos dos professores.
4 comentários:
Pois é... Começa a ser preocupante... Fumaça, muita fumaça!
O que se passa é que este povo (eu tenho a quase certeza de que já não somos um povo, tão cheios de Big Brothers, floribelas e outras lambeconelas de frouxa ou nula turgidez cultural) nunca deixou de ser fascista, nunca foi capaz de dar ao outro a capacidade de pensar diferente, nunca acabou com o cão-de-guardismo da nomeação e mais outras muitas merdas dessas por aí fora de que haveremos de ir falando. O que saltou agora é um facto banal no interior dos portugueses: o bufismo sabujo tendente à conquista das benesses, a zeladora suja da moral alheia, com o poder de castigar e a esperança que o outro seja um merdas acobardado, que se cale, que engula. Já vimos isto, Zé. E havemos de ver outra vez, se calhar até mais depressa do que parece.
Afinal, eu estava errado. A coisa é muito pior, a pidesca e o bufarinheiro já fizeram a rodagem e já vão em velocidade de cruzeiro! 6-delações-6, 6-processos-6, ora toma! E, assim, os que estão por cima, os secretários, a ministra e o primeiro, são ainda mais coniventes quando calam, assobiam para o ar ou concordam, não se sabe, todos comparsas, que o Presidente do Conselho de Ministros já disse que não sabia, mas não era sincero, dado que não podia ignorar. Temos, assim, de novo, o fascismo a instalar-se no seu expoente máximo: o medo-terror de que a pessoa com quem estamos a falar seja um bufo que, por cima, tem quem lhe dê seguimento à mentalidade persecutória, à “limpeza” do que não pensa da mesma maneira, contando com o silêncio tácito dos responsáveis. Apesar de tudo, julguei que nunca mais ia ver isto!
Ontem, na aldeia, a aguçar uma estaca, espetei uma falha na mão que a segurava. Na dor, ouvi-me, alto, "filha da puta". Quando a coisa passou mais e recuperei o grito, sorri a pensar que tinha ofendido... a mãe da falha!
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